quarta-feira, 24 de junho de 2015

Se...

Se eu morresse agora, queria poder dizer o tanto que foi apreciar cada canto teu. O incrível de ser mais de um. O absoluto prazer de trançar minhas pernas às suas durante as inúmeras madrugadas. Adormecidas ou não. Se eu morresse agora, queria pedir desculpas por sentir algo tão grande. Algo que não cabe nas mãos. Algo que transborda em meu corpo, e jorra daqui como uma onda gigante. Ora para levar nosso barco para ilhas paradisíacas. Ora para destruir tudo que encontra pela frente. Ora pra ser uma tempestade de lágrimas. Ora pra ser uma chuva que enfeita nossas peles. Se eu morresse agora, iria pedir a Deus um pouco mais de você. Porque morrer não é problema. O ruim, é morrer de saudade. Saudades da tua boca e tudo o que há atrás dela. Saudades dos peitos, dos jeitos, dos tropeços perfeitos pela casa. Saudades dos planos e dos anos que ainda viriam. Saudades até dos futuros herdeiros que não vieram. Mas tinham nomes e sobrenome. E se Deus quisesse, viriam com o teu sorriso.
Hugo Rodrigues

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